
Farei uma breve crítica sobre um filmaço: "Henry – Retrato de um Assassino", do ano de 1986, gravado nos EUA e dirigido por John McNaughton. Um filme e tanto que há de agradar os fãs de filmes de Serial Killers e para todos que gostam de uma boa história envolta de mortes e até mesmo Terror psicológico. Quando penso neste filme só me vem uma palavra a cabeça: cru.

Estrelando Michael Rooker e seu calhambeque
detonado, que deu uma cara icônica a Henry...
Esqueça todos os seus conceitos sobre filmes de Serial Killers, mesmo os que mais variados que começaram numa tela escura e letras brancas dizendo "Baseado em fatos reais", isso porque quando o assunto é Henry, originalidade, e trás muito mais do que somente a intenção de impressionar o espectador com mortes cruéis, violentas e barbaras, este filme é certamente choca, mas de maneira diferente... Ele mais choca pela aparente normalidade e frieza calculista do personagem.
O diretor conseguiu unir a falta de orçamento a uma história boa, e uma Fotografia chocante, sem a necessidade de exorbitante maquiagem, nas cenas, o Terror é visto de maneira diferenciada e dá originalidade, uma forma peculiar, e que pode-se dizer, é uma marca registrada no gênero, realmente.


Só algumas das vítimas...
Impetuoso e influenciado pela história verídica do assassino em série americano Henry Lee Lucas associado a mais de 600 mortes em uma década de assassinatos, no meu dito entender, o diretor McNaughton tentou criar algo "verídico", dispensando os sensacionalismos de um Terror com Serial Killer, focando sobre os dotes psicológicos que levam um cidadão americano a matar, e sobre os horrores de uma infância infeliz, o que é algo muito comum nos mais diversos casos dos maiores "assassinos seriais" da américa.
Apesar de tudo, eu julgo que o lado "Fatos Reais" deste filme é bem fraco, e muito do visto não atinge os fatos além da especulação, é legal ver as tais cenas destas maneiras, mas sabemos que tudo não passa de um script interessante, quase nada ali, realmente aconteceu de verdade.

Apesar de um mínimo elenco e um curto orçamento estimado em meros 110 mil dólares (segundo IMDb), o filme conta com genialidade de poucos, quando a meta é trazer mortes, uma boa história sobre assassino. O filme fala sobre a história do assassino Henry, interpretado pelo desde jovem, talentoso, Michael Rooker, ele é um assíduo assassino, e jovem que coleciona vítimas de modo metódico, diferentemente da maioria dos serial killers, Henry age de maneira calma e quase sempre com uma frieza e desdem exemplares. É um daqueles raros sujeitos que não se vê desesperado em uma situação desesperadora...


Bom, ele vive em um pequeno apartamento, com seu amigo (ex-detento), Otis, e sua recém chegada irmã, Becky. Henry não se vê impressionado por nada, e com Becky não poderia ser diferente, apesar de constantemente tentar se aproximar de Henry, ele sempre cultiva seu desdem, e age de maneira convencional, permitindo que ela crie afinidade com ele, mas jamais, se permite.

A frieza de Henry é uma das características mais exploradas deste filme, a maneira como ele age, despido de qualquer sentimento e tomado pela insensibilidade e apatia, ele continua a viver com Otis. Mas com a chegada de Betty tudo muda, agora a eterna e razoável amizade entre Henry e Otis se vê, por muitas vezes, afrontada, pois dos três, quais, nenhum é santo, cada um tem sua parcela de anti-convencionalidade, ao menos Betty tenta mudar sua vida e fugir do seu antigo mundo, numa boate, como stripper.

Entre outros fatores que não julgo certo revelar sobre o filme para quem ainda não viu, acredito que em resumo, a história se desenvolve sobre os três personagens contestáveis e suas atitudes incertas, mas seria capaz de Henry revelar seus segredos a eles, como verdadeiros amigos? Desenvolto de sua apatia excêntrica... Só vendo, você saberá.

Ainda novão.
O elemento cult deste filme é extremamente forte... Não há como negar que seja um dos filmes mais deslocados da carreira de Rooker, e ao que merecia, é bem pouco conhecido por entre os admiradores de filmes de Terror, ou mesmo dessa espécie de assassinos...
Uma das coisas que mais chama atenção é a Fotografia, impecável, você não só sente o ar de filme oitentista, como também pode passar algo que quase nenhum filme de baixo orçamento da época conseguia atingir, esse formato de filme, meticuloso, bem feito desde o roteiro ao cenário, aspectos que conduzem uma boa obra, digna de ser chamada de clássico, sem exageros ou superestimações errôneas.

A maquiagem pecou em diversos aspectos, e porque não dizer? Mais se torna estranha do que chocante nos pontos altos desta obra, mas não culpo ninguém desta produção por este deslize, não havia como trazer uma perfeição insondável nas maquiagens com tal grana no bolso da produção, eu digo que a maquiagem na verdade é uma falha mínima, e uma das coisas que menos importa pra esta obra.
Avaliando de maneira resumida, este é um filme que vale a pena, é uma obra tão digna que merece ter na coleção, um daqueles que cada vez que você assiste se nota algo de interessante, coisa de clássico. Bom, Roteiro, sensacional... Efeitos Especiais, nenhum... Trilha Sonora, na média... Grande Fotografia, como já havia dito, Elenco, bom... Atuação, grandiosa para o porte do filme. Recomendável.
Nota final: 8.6
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