A prestigiosa e interessante passagem de David Lynch pelo Brasil. Confira todos os detalhes e relembrem comigo.
Imagem: Reprodução/Divulgação; Roda Viva — TV Cultura
CONTEXTO DE ENTREVISTA; A VINDA DE LYNCH AO BRASIL:
2008 foi um ano sem filmes na vida de David Lynch, mas mesmo assim o cineasta, escritor e compositor estava numa “turnê” que chegou a passar pelo (ora vejam só!) Brasil.
E em agosto daquele ano, Lynch passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, mas veio na verdade dar palestras para lançar seu livro de meditação, "Em Águas Profundas — criatividade e meditação".
Imagem: Reprodução/Divulgação; Lynch em coletiva, em SP; Fernando Silveira/FAAP
Pois é. Lynch pratica meditação transcendental desde os anos 1970 e credita a ela as ideias de seus filmes – enfim, aqueles produções perturbadoras que você bem conhece, como no clássico "O Homem Elefante" (1980), a ótima ficção de "Cidade dos Sonhos" (2001) e "Império dos Sonhos" (2006).
“Se você quer pegar um peixinho, pode ficar em águas rasas. Mas se quer um peixe grande, terá de entrar em águas profundas. A primeira coisa de que você precisa é o desejo. Eu nunca tenho a ideia para um filme de uma vez, elas vêm em fragmentos” — afirmou em entrevista ao site G1.
Inclusive existe, no Brasil, um braço nacional do seu Instituto David Lynch, com vídeos, textos sobre o guru da meditação transcendental (o mesmo Maharishi que foi guru dos Beatles por alguns tempos), entre outras coisas.
E foi esse assunto que, além de trazer Lynch ao Brasil, ainda levou o cineasta ao centro do Roda Viva, o programa da TV Cultura.
DAVID LYNCH NO RODA VIVA, EM SP:
No programa, exibido em 3 de novembro de 2008, Lynch possivelmente impôs que o tema do papo fosse meditação (bom, Lilian Witte Fibe, que apresentava o programa por aqueles tempos, abre dizendo “vamos começar com o tema meditação, até para não contrariá-lo”).
Bem no comecinho, ele responde que não há diferença entre o cineasta dos filmes bizarros e o apaixonado por meditação.
“Não há diferença. Eu me apaixono por ideias, e vou me apaixonar por ideias diferentes daquelas que você vai se apaixonar. Uma coisa sobre os artistas é que quanto maior o sofrimento, a angústia, o estresse, mais alimento existe para o trabalho”, disse, afirmando também que as histórias são cheias de contrastes. “O artista não tem que sofrer para falar de sofrimento, nem morrer para filmar uma cena de morte. Basta compreendê-la”.
COMENTÁRIO DE LYNCH SOBRE A INDÚSTRIA:
Bom, Lynch fala de cinema também e lança uma previsão/praga de madrinha sobre a indústria, que acabou se concretizando: os cinemas estavam ficando cada vez mais vazios, a internet estava ficando cada vez mais rápida e tudo migraria para a web.
“O filme, ainda que em celuloide, é grande, pesado e lento, o que me lembra os dinossauros desaparecendo lentamente”, contou.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
TEXTO ORIGINAL (COM MELHORAS):
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