''Alien: Romulus'' é a melhor sequência em 2024, além de maior êxito do controverso cineasta Fede Alvarez.
Um dos filmes mais esperados de terror de 2024 foi lançado oficialmente na última semana. A sequência "Alien: Romulus" estreou na última quinta-feira, 15 de agosto de 2024, por toda a franquia de cinema das redes Cineflix e Cinemark, no Brasil.
A décima produção do cineasta uruguaio Fede Alvarez, — e sua quarta produção para o cinema, o filme foi um sucesso de execução, e é a maior execução cinematográfica de sua carreira até o momento. E a bilheteria vai razoavelmente bem, em todo o mundo.
A sintonia fina de uma mera sequência recente de um filme de terror que trouxesse novas e diferenciadas perspectivas sob uma aclamada e super explorada saga do gênero, neste filme, está bem definida, clara, bem feita e até que muito criativa.
Imagem: Reprodução/Divulgação; 20th Century Studios
No universo dessa franquia, — acima de todas as outras possíveis, parece que histórias sem relação dariam um encejo possível a sequências sem fim, por não necessariamente não serem continuações, mas sim, histórias isoladas.
E, no entanto, conseguiram usar e conciliar conveniências do primeiro e original filme ao seu favor em "Alien: Romulus". Então, é uma boa sequência.
O PROBLEMÃO DOS PERSONAGENS SUPERFICIAIS:
Infelizmente, um dos grandes defeitos deste filme (para mim, ao menos) é a falta de personagens marcantes e interessantes, — como por exemplo, aquele grupo de aloprados excêntricos e característicos vistos logo de cara no ótimo "Aliens: O Resgate" (1986); com — para além de um elenco de atores ferozes, grandes construções de um elo e um arco de personagens principais em boas tentativas de afinidades instantâneas com o espectador.
Não há nada disso aqui, — os personagens são jovens, tolos, e a introdução deles fica por conta de menos de 30 minutos de desenvolvimento em todo o filme, e a fisionomia facial dos atores é tão genérica e desinteressante quanto o próprio jovem de 2024 com suas picuinhas sem graça. Perdeu-se muito aí.
É, novamente, a "velha-nova" pressa dos filmes de terror atuais em não ter muita paciência na perspectiva da criação e elaboração de conexões e empatias com o espectador. E isto tudo faz o filme vender mais e melhor, mas o torna péssimo a longo prazo, ou para colecionadores.
Mas, no entanto, o sacrifício da metria gasta ao mínimo com os protagonistas da trama é vertido muito especialmente para a construção do clima na nave do terror onde toda a trama se passa.
SOBRE O "ENXERTO" ENTRE O ORIGINAL E A SEQUÊNCIA:
Como uma sequência entre o primeiro e terceiro filme, está bem convincente. Mas uma coisa deverá chamar a atenção de maneira desagradável de qualquer bom detalhista: as linguagens atuais tornam meio desconexa e discrepantes se postas em contraposto às linguagens literais e visuais do original. Aqui, a modernidade se choca com o que era moderno nos original, em 1979, ou seja: há só 45 anos atrás.
E, apesar de tudo, a ousadia cavalar em dar continuidade ao original é admirável, mas tira um pouco da magia da imaginação, do mistério, e inevitavelmente, resvala no filme original que — para quem agora assistiu a este, jamais deverá vê-lo da mesma maneira (embora tente não se ancorar tanto no mesmo, é inevitável). Nisso, pode-se dizer que logrou uns 75% ou 80% de êxito.
PROBLEMAS DE CGI COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
Imagem: Reprodução/Divulgação; Arte de um xenomorfo (Wallhaven)
Esse é o primeiro filme de terror que assisto em que consegui notar a presença da tal da controversa e polêmica Inteligência Artificial. Sem spoilers —, mas em determinado momento, um personagem é introduzido, e sua montagem é completamente virtual. Mas, infelizmente para nós, ficou longe do perfeito.
O jogo de luzes, horas faz parecer que é um boneco com rosto alterado com o auxílio da I.A., e por vezes, parece apenas uma montagem 3D de videogame de geração passada. Vocês notarão essa diferença tranquilamente. Um dos grandes galhos desse filme — e uma das coisas que mais me incomodou.
Mas, apesar de tudo, o CGI do filme está quase perfeito — principalmente, no aspecto de cenários e cenografia, convergindo maquiagens práticas e efeitos visuais muito bem trabalhados. Tem cenas lindíssimas com lindos efeitos e jogos de cores, e além do citado no parágrafo anterior, raramente é incômodo, — muito pelo contrário, é muito bacana.
EXPLORAÇÕES INTERESSANTÍSSIMAS — ELEMENTOS, GORE, ETC:
Os tais submonstros chamados Facehuggers foram explorados ao máximo nesse filme. E é lindo de se ver as maquiagens práticas. E o "sangue" ácido dos Aliens foi muito bem utilizado, também.
O gore e violência tem uma boa escalada neste filme e estão sensacionais. O clima de tensão é bem distribuído, mas — com exceções de poucas cenas no meio-fim, é de pouca originalidade ou de grande destaque. Há poucos jumpscares mas são bem postos.
O último ponto negativo do filme, infelizmente, ficou por conta de alguns erros de roteiro — inevitáveis — sobre a física anti-gravitacional e gravitacional, alguns erros menos notáveis de cenografia e incongruências de entendimento de cenas onde o caos se instala (aí é chatinho, ao menos nas telas escuras e gigantescas dos cinemas), mas a construção dos cenários são de se cair o queixo — excelentes.
E nisto se resume "Alien: Romulus". Aquele que está em 1º lugar atualmente pelo título de melhor filme de terror de 2024; tem erros, tem acertos, impressiona pelos aspectos visuais, mas não é tão genial ou impactante quanto foram os dois primeiros, em suas respectivas épocas e lançamentos.
Mas Romulus é diversão garantida, e uma sequência interessante.
E no mais: há notáveis homenagens e remontagens ao filme original e sequências para os fãs mais detalhistas e atentos. Indico, assistam ele no cinema pois os efeitos visuais estão muito bons.
QUESTIONÁRIO E VEREDITOS FINAIS DO QUE ACHEI:
VALE A PENA? SIM, MAS NÃO ESPEREM OBRA-PRIMA;
EU REVERIA? SIM,... MAS NÃO TÃO CEDO;
EU TERIA EM COLEÇÃO? TALVEZ SIM;
COTAÇÃO: RECOMENDÁVEL;
NOTA FINAL: 7,9/10;
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