
Publicado originalmente por: Laura Strokes | XoJane (cedido gentilmente)
Maila Nurmi foi uma deusa de um estilo vampiresco e dark dos anos '50. Você já conhece a sua história?
Você provavelmente já deve conhecer o rosto, aquelas sobrancelhas arqueadas e sua 'cintura-de-vespa' envolta de um vestido preto esfarrapado. O que você pode não saber, no entanto, é o seu nome: Vampira. Ela foi a vampira deusa obscura que surgiu em 1950 e tornou-se uma verdadeira sensação no underground.

Seu legado ainda ecoa em outros ícones de vampiro do sexo feminino e de terror que sabemos: Elvira, Morticia Addams de Carolyn Jones num seriado de TV de 1960, ou até mesmo o tom mordaz de vampiro da Pam em 'True Blood' (série da HBO), tem um eco de humor negro familiar da Vampira.
Apesar de tudo, a Vampira original não é bem conhecida por nós - a sua história nunca foi integralmente registrada como parte da história de Hollywood.
Tudo isso mudou com o novo livro de W. Scott Poole "Vampira: Deusa Dark do Terror", que detalha não só a evolução e o significado do ícone Vampira, mas também a vida de Maila Nurmi, a mulher que a criou.
Nurmi nasceu em 1922 em Cambridge, Massachusetts como filha de imigrantes finlandeses. Ela fugiu de casa para procurar trabalho como atriz, modelo pin-up e até dançarina burlesca.
Em breve, a indústria cinematográfica tomaria conhecimento dela e ela seria escalada no elenco de um filme jamais-feito, 'Dreadful Hollow', com um roteiro escrito por ninguém menos que William Faulkner. Embora o filme nunca tivesse sido concluído, ela foi finalmente misturando-se no mundo do cinema e da arte em Los Angeles. Isto levou ao seu casamento com o roteirista Dean Riesner (que mais tarde escreveu "Dirty Harry", entre outros filmes).
Mas a segurança financeira e as mundanidades de dona de casa nunca foram o suficientes para Nurmi; quando sua chance de ser notada pela elite de Hollywood surgiu novamente, ela aproveitou.
Em 1953, ela estreou sua personagem Vampira com uma coreografia de dança e se socializou num baile anual de dia das bruxas, do Lester Horton. Um produtor do canal KABC-TV de Los Angeles tomou conhecimento e a colocou como o anfitriã num programa de terror transmitido nos fins de noite chamado "Dig Me Later, Vampira".
Ela se tornou um meteoro de sucesso, mas por muito breve. A ascensão: uma sessão de fotos na revista Life, uma aparição num episódio bem-humorado do programa de humor, Red Skelton (1954), uma reputação como um membro da "vigília da noite" no restaurante do Googie em um grupo que se aglutinaram em torno do ator emergente, James Dean.
Trecho do programa com Vampira em paródia do programa Honeymooners, sem legendas

Ela tornou-se apenas uma figura de lenda no underground do "lado oeste de Hollywood", conhecida por ser brevemente famosa. Ela morreu, sozinha e sem muito alarde, em 2008.
ENTREVISTA SOBRE LIVROO novo livro de Poole não é apenas uma história de Nurmi e sua vida, mas também uma análise em maior escala cultural, examinando a figura de Vampira como parte da ansiedade e da rebelião contra a corrente dominante na década de 1950.
Em particular, Poole se concentra em Vampira como uma resposta como, e críticas às donas de casa da década de 50. A fim de compreender melhor esta parte do legado complicado de Vampira, troquei correspondências com o autor W. Scott Poole.
- Pergunta: Então, porque você se interessa em Maila Nurmi e sua história de vida?
Além disso, fiquei fascinado com a forma como Maila Nurmi criou Vampira fora de um número de arquétipos femininos que foram esquecidos, bem como pano e osso da loja de cultura alternativa americana. Ela foi um artista que se viu com o dever de cumprir uma missão, subverter alguns dos pressupostos básicos da América pós-guerra sobre as mulheres, a sexualidade, da casa e da natureza do próprio terror.

- Como você caracterizaria o relacionamento de Nurmi com a comunidade gay de Hollywood na década de 1950? Até que ponto elas influenciam / apoiaram a criação de Vampira?
- Como que a relação dela com James Dean afetou sua carreira?
Eu também acho interessante sobre ela como uma figura de cult se tornou maior em parte por causa do Dean - como se fosse essa conexão entre ambos que a faz dela importante (outros tentavam conhecê-la por causa de um interesse principal em Ed Wood). Ela estava ciente disso e eu acho que sempre a incomodava - até mesmo os fãs estavam perdendo o que ela vinha fazendo. O livro é, em parte, um esforço para corrigir isso.

- O que você considera "legado" da Vampira agora? Onde é a sua presença mais sentida na cultura contemporânea?
O livro enfatiza especialmente a maneira em que a personagem Vampira usa da paródia irônica, a fim de ridicularizar os ideais dos anos 50 sobre donas de casa e trazendo consigo sexo, morte e humor de uma forma que simplesmente não havia sido feita antes. Eu vinculo essa postura cultural no livro com o tom pró-sexo e atrevido da terceira onda feminista, especialmente em relação às origens do movimento Riot Grrrl.
Eu realmente espero que a terceira onda do feminismo tome-a como um arquétipo importante. Ela pode ter sido um pouco demasiada 'outré' para a "segunda onda" que pode vê-la simplesmente como outro exemplo de mulher explorada na cultura trash. Mas eu acho que já a terceira onda feminista vai encontrar nela um parentesco parceiro.
- O que você acha que Vampira significa sobre a ansiedade cultural na década de 1950? O que ela representa?
- Como a Vampira influenciou filmes e o gênero de terror depois de sua notoriedade desaparecer? Qual era o seu impacto sobre a representação de monstros do sexo feminino?
Você pode adquirir o livro "Vampira, Dark Goddess of Horror" de W. Scott Poole nas livrarias e sites de ebooks online. Amazon Brasil (52,90 R$ atualmente), Livraria Cultura (80,70 R$ atualmente). Ou também pelo Google Books (livro digital, 37,21 R$). Infelizmente o livro não tem lançamento em português.
Originalmente publicado por: LAURA STOKES no site XoJane, 1 de Novembro de 2014.
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